Conceitos Anatômicos
A anatomia humana é a ciência que estuda macro e microscopicamente as diferentes estruturas que compõem o organismo humano. A etimologia da palavra vem do grego ana = em partes; tomein = cortar. Em sentido restrito, o exame das estruturas macroscópicas do corpo humano podem ser vistas através de métodos de dissecção sem a utilização de um microscópio.
Aqui apresentamos a anatomia humana macroscópica, o exame das estruturas do corpo que podem ser vistas sem um microscópio. Existe diversas abordagens para estudar a anatomia:
Anatomia Sistêmica = é o método de estudo do corpo por sistemas, por exemplo, sistema cardiovascular, sistema respiratório etc.;
Anatomia Regional = é o método de estudo do corpo por regiões, como cabeça, tórax e abdome;
Anatomia Clínica = é o método que enfatiza a estrutura e a função à medida que se relacionam com a prática da medicina e outras áreas da saúde;
Anatomia Palpatória = é o método que investiga manualmente a superfície corporal. A prática das técnicas de contato manual proporciona ao profissional de saúde a habilidade de receber informações relativas de cada paciente.
Outros segmentos da ciência promovem o estudo do organismo a partir da utilização de um microscópio:
Embriologia que estuda a formação do ser vivo;
Histologia estuda os diversos tecidos que compõem cada órgão;
Biologia Celular estuda as diversas células e sua interação com a matriz extracelular;
Biologia Molecular estuda a interação ente moléculas;
Entre outros.
1.1 – Conceito de variação anatômica
Quando observamos um grupo de humanos evidenciamos diferenças morfológicas entre os elementos que compõem o grupo, chamado de variação anatômica. Elas se apresentam internamente e externamente sem prejuízo funcional para o indivíduo. Um grande exemplo de variação anatômica está na somatotipologia criada por Sheldon (1954), onde a estrutura física de um indivíduo é classificada em três condições diferentes:
Ectomorfia = indívíduo de estatura alta e magro
Mesomorfia = indivíduo de estatura média e musculatura desenvolvida
Endomorfia = indivíduo de estatura baixa e gordura corporal elevada
1.2 – Fatores gerais de variação
Essas variações anatômicas devem ser acrescidas do conjunto de fatores gerais de variação, que corresponde à idade, sexo, raça, biótipo e evolução.
1.2.1 – Idade: é o tempo de duração de uma vida. Anatomicamente é possível observar modificações anatômicas, tanto intra como extra-uterina, bem como nos principais períodos em que cada fase se subdivide:
a) Fase Intra-uterina
1 – Ovo – 15 primeiros dias;
2 – Embrião – até o fim do 2º mês;
3 – Feto – até o 9º mês.
b) Fase extra-uterina
4 – Recém-nascido – até 1 mês após o nascimento;
5 – Infante – até o fim do 2º ano;
6 – Menino (a) – até o fim do 10º ano;
7 – Pré-púbere – antecede a puberdade;
8 – Púbere – dos 12 aos 14 anos, correspondendo a maturidade sexual que é variável nos limites da fase e nos sexos;
9 – Jovem – até 21 anos no sexo feminino e 25 no sexo masculino;
10 – Adulto – até a menopausa por volta dos 50 anos (castração fisiológica natural) e ao correspondente processo no homem (cerca de 60 anos).
1.2.2 – Sexo: é o caráter de masculinidade ou de feminilidade. Morfologicamente é possível observar estruturas de características especiais mesmo estando fora da esfera genital.
1.2.3 – Raça: é o produto final do cruzamento de grupos humanos que possui características físicas comuns, externa e internamente, pelos quais se distinguem dos demais. Exemplos: Raça Branca, Negra e Amarela.
1.2.4 – Biótipo: é o resultado da soma das características herdadas e adquiridas pelo meio e pela sua inter-relação. Exemplo: Longilíneos, Mediolíneos e Brevilíneos.
1.2.5 – Evolução: é a influência de diferenças morfológicas no decorrer do tempo. Exemplo: Estudo dos fósseis.
1.3 – Normalidade, Anomalia e Monstruosidade
· Normalidade – Padrão do corpo do indivíduo, que ocorre na maioria dos casos e é mais freqüente estatisticamente;
· Anomalia – Variações morfológicas que acarretam prejuízo funcional;
· Monstruosidade – Anomalia acentuada incompatível com a vida.